Quando falamos em automobilismo, a Fórmula -1 é a categoria que mais vem na cabeça das pessoas, principalmente pela fase de ouro que vivemos com Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna.
Muitas pessoas ainda dizem que a “graça” do automobilismo acabou com a morte do Senna. Porém, o automobilismo é muito mais que o “glamour” da Fórmula-1. No Brasil são 14.000 pilotos filiados à CBA ( Confederação Brasileira de Automobilismo ) e que encabeçam uma grande cadeira que envolve o automobilismo. Em cada competição centenas de pessoas tiram seus sustentos direta ou indiretamente. Mecânicos, preparadores, engenheiros, sinalizadores, direção de provas são alguns exemplos dos empregos diretos. Ainda se pode contar com as atividades indiretas como as das borracharias, dos postos de combustíveis, das pessoas ligadas à alimentação, supermercados, hotéis, transporte e etc.
Muitos preparadores vivem exclusivamente das corridas, onde a demanda impede de desenvolverem atividades de outros carros, sendo criados diretamente milhares de empregos neste sentido.
As crises afetam o automobilismo de forma forte, porém as corridas podem ser uma grande plataforma de reação de várias economias, principalmente por toda essa cadeia que faz parte de cada evento. Além das pessoas que trabalham diretamente com o automobilismo, as corridas podem representar uma renda extra para muitas famílias, tendo em vista suas realizações nos finais de semana. O automobilismo pode ser realizado em forma de rally ( pistas abertas ), kart, arrancadas, velocidade na terra ( pistas fechadas ) e velocidade no asfalto, que são pistas de asfalto fechadas, como por exemplo, a de Interlagos, onde a Fórmula -1 ocorre no Brasil.
Desde 2007, os irmãos Alexandre e Adriano, sempre apoiados pelo pai José Augusto ( Zequinha ), e o amigo Patrick Romano ( Retokar ) começaram a fazer seus próprios carros de corrida onde contam, desde então, com a parceria do Aldonir Miranda ( Street Car Racing ). Juntos eles já desenvolveram alguns carros de algumas categorias de Velocidade na Terra e asfalto em âmbitos estaduais e preparam novos projetos futuros para competições nacionais.
A Retokar trabalha no ramo de lataria, pintura e estruturas automotivas desde 2005 (?); Patrick, que é apaixonado por carros, começou o projeto e até hoje faz questão de participar de cada projeto desenvolvido na empresa, principalmente no que tange à restauração de clássicos e carros de competições. Desde 2018, Patrick passou a ser piloto da equipe AVM, o qual, inclusive, já teve vitória em Interlagos.
Street Car do Aldonir, conhecido no automobilismo como Miranda, tem 16 anos, já fez centenas de carros neste período o que lhe dá uma grande experiência na preparação de carros de velocidade na terra, asfalto, off road, street e qualquer projeto que envolva rodas e motores.
Alexandre antes de correr reuniu experiência no desenvolvimento de competições em todo o Brasil, é comissário da CBA ( Confederação Brasileira de Automobilismo ), tem no currículo direção de provas da Stock Car na Bahia por 3 anos. Em 2011 passou a correr e, desde então, soma sua experiência de fora da pista com o conhecimento de piloto para criação de projetos apoiados pela AVM Racing e seus parceiros. Atualmente também é responsável pela velocidade na terra em Pernambuco e na Bahia.
Adriano também seguiu o amor da família pelo automobilismo, adora praticar esportes ao ar livre, principalmente nas corridas e pedaladas; passou a correr de carro em 2013, em um Gol “quadrado” desenvolvido pela AVM, iniciando na velocidade na terra e, atualmente, acelera na velocidade no asfalto, reunindo experiência em várias pistas pelo Brasil, sendo destaque o templo do automobilismo nacional, Interlagos, onde correu na categoria Marcas, uma das mais competitivas do Brasil.
Essa paixão pelo automobilismo da equipe AVM Racing acabou abrindo as portas para diversos conhecidos que sempre sonharam em ser pilotos.
“Sempre fomos pessoas normais, trabalhamos , recebemos nossos salários e buscamos apoios para vivermos esses nossos sonhos. Queremos cada vez mais ajudar pessoas a entrarem no automobilismo, realizarem seus sonhos automobilisticos” disse Alexandre.
Para Adriano ” Nossa busca pela realização desse sonho trouxe grande experiência na otimização de recursos para viabilizarmos projetos. Este conhecimento queremos passar para quem quer entrar no automobilismo de uma forma que o custo/ benefício seja a realidade”.
A AVM Racing conta com o “AVM Bus”, o ônibus da equipe, que, com a extensão de um reboque, leva 3 carros, 8 pessoas, ferramentas, peças, alimentos, bebidas, etc para cada etapa. O ônibus é um equipamento fundamental para a viabilidade de cada etapa em termos de custos, sem contar que acaba aproximando todos os integrantes da equipe, criando um clima de amizade e familiar em cada corrida, sempre com churrasco, boas comidas e bebidas e muita conversa.
Para o futuro a equipe está ciente das dificuldades que terão, devido a todo o trauma gerado pelo COVID-19 e mantém a confiança de que chegarão em seus objetivos de 2020 e já planejando 2021. Para após a retomada das atividades, a equipe quer estar presente no Campeonato Paranaense de Automobilismo, Campeonato Pernambucano de Marcas e Pilotos e na Cascavel de Ouro, maior evento de automobilismo do Brasil, onde estiveram em 2018 e 2019 na Gold Classic ( competição de carros clássicos ), que tem no grid pilotos de todos os países com seus carros históricos que se destacaram no automobilismo nacional nas décadas passadas.
A Cascavel de Ouro tem uma premiação de R$ 100.000,00 para o vencedor e é composto por carros de 1.600 cilindradas que ainda estão em produção e fabricados nos últimos 2 anos. A AVM Racing já está inscrita nesta categoria principal e desenvolve seu carro junto com a Street Car Racing e a Retokar.
Texto e Fotos: Alexandre Matins