A indústria automobilística brasileira seguirá se desenvolvendo, evoluindo e se modernizando com os frutos plantados por Antonio Megale. Mineiro de Poços de Caldas, apaixonado por engenharia e por veículos, decidiu trocar a mineirice pelo Rio de Janeiro, e a medicina pela engenharia. Sorte das montadoras e do País que ganharam um executivo determinado, sempre muito interessado no aperfeiçoamento dos veículos e na aplicação de novas tecnologias.
Com seu temperamento tranquilo, cooperativo, de fácil relacionamento foi um profissional muito desejado por diferentes montadoras ao longo de sua carreira. Um dos poucos que conheci trabalhando para várias marcas. Além dele, me lembro apenas de Bob Sharp e Ronaldo Berg, todos por suas virtudes profissionais e que, por seus conhecimentos, ocuparam cargos em diversas empresas.
Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Megale veio para São Paulo, maior centro de produção de veículos do País, em busca de uma oportunidade. Fez inscrição como pretendente à admissão na Ford, mas se empregou em uma empresa de equipamentos enquanto esperava por uma resposta à sua pretensão.
A resposta chegou rapidamente e ele preferiu uma vaga no Departamento de Engenharia, onde realizou o primeiro sonho.
Quando ingressou na Ford eu o conheci no escritório onde a empresa instalou sua sede na Avenida Bandeirantes e alguns anos depois, no Centro Empresarial, na fase em que existiu a joint venture Autolatina. Naquela época, Megale foi designado para a fábrica da Volkswagen, onde até hoje funciona o Departamento de Engenharia.
Pertencente a uma família de médicos, formada pelo avô, pai e um irmão, Megale não seguiu a tradição, mas aplicou na indústria e nos veículos os princípios da medicina, com a criação de novos conceitos e cuidados com a “saúde” deles por intermédio da adoção de novos processos que ajudaram a prolongar a vida útil, com maior eficiência, desempenho, conforto e menor custo de manutenção pela economia de combustível.
Nas reuniões da Anfavea, entidade que administra as empresas automobilísticas do País, com sua forte atuação em defesa da modernização da indústria por intermédio da aplicação de avançadas tecnologias, Megale destacou-se e recebeu convite da Chrysler para comandar o lançamento da Dakota no Brasil, ocorrido em 1998. Algum tempo depois, por suas ideias e postura, atendeu a um convite da Renault.
Logo depois, a sua clara preocupação com a evolução da indústria e a qualidade dos veículos produzidos no Brasil o levou a se transferir para a Volkswagen, para comandar a área de relações governamentais.
Essa transferência para São Bernardo do Campo proporcionou a Megale a complementação de sua experiência na indústria por exigir presença assídua em Brasília onde pode transmitir suas ideias aos ministérios para a modernização da indústria brasileira e intensificar o seu processo de desenvolvimento.
Sua trajetória profissional e passagem por várias montadoras fizeram de Megale o líder ideal para a modernização da indústria automobilística no País e resultou na sua eleição como presidente da Anfavea, de 2016 a 2019, quando comandou o mais importante programa para o desenvolvimento da indústria, o Rota 2030, sucessor do Inovar Auto, que ajudou a indústria num momento adverso.
A criação do Rota 2030 foi o mais importante programa da indústria automobilística e, previsto na lei 13.775, modernizou o programa Inovar Auto, que incentivou a indústria com a redução do IPI a carros que as fábricas cumprissem uma série de obrigações vinculadas a investimentos em Planejamento de Produto – área de Megale – programa de etiquetagem veicular e atingisse maiores níveis de eficiência energética.
O programa Rota 2030 previu requisitos obrigatórios para a comercialização de veículos no Brasil, entre os quais, aumentar a eficiência energética; incrementar o desempenho estrutural e a disponibilidade de tecnologias de assistência; aumentar os investimentos em planejamento do produto; estimular a produção com novas tecnologias e inovações; automatizar o processo de manufatura e o incremento de produtividade; promover o uso de biocombustíveis e de alternativas de propulsão e valorizar a matriz energética brasileira; garantia da capacitação técnica, da qualificação profissional e expansão do setor de mobilidade e logística, além da capacitação técnica a expansão do emprego no setor.
Ou seja, com o programa Rota 2030, o projeto de Antonio Megale propôs levar o Brasil ao grupo de líderes mundiais na nova fase de modernização da indústria o que conseguiu com o elevado nível que atingiu nos últimos anos, em tecnologias avançadas, modernas fábricas, produtos de nível mundial, superior ou semelhante nível de produtividade em comparação com as principais fábricas mundiais e remuneração adequada para os funcionários.
O jornalista Vicente Alessi Filho, um dos líderes da Editora AutoData e também um dos mais experientes profissionais do setor automobilístico, define Antonio Megale como um executivo moderno, tranquilo em momentos difíceis e, profissional que dos seus silenciosos pensamentos brotaram grandes ideias para modernizar a indústria automobilística brasileira.
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Crédito das imagens: Revista Carro
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