A Audi busca cada vez mais uma penetração mais aguda no mercado nacional, e lançou no final do ano passado a versão sedan do modelo A3. O carro tem um design ao mesmo tempo elegante e extremamente esportivo, sendo oferecido com duas motorizações (1.8 ou 1.4), ambas turbinadas.
O programa Raio X Garage e site Puntataco foram tirar a prova e testaram o carro, que busca um lugar ao sol contra diversos concorrente premium, em três condições totalmente distintas (uso citadino, uso rodoviário e um teste em circuito fechado). Escolhemos exatamente a versão 1.4, para tirar a prova se o motor menor não ficaria devendo em desempenho.
Design
A primeira avaliação que o consumidor faz é exatamente a visual, e neste quesito o Audi A3 Sedan 1.4 TFSI é de encher os olhos. As linhas remetem a imagem de um coupê, mas com todas vantagens do sedan. Frente com grade de dimensões generosas, faróis de xenônio, lanterna de led e entradas de ar remetem à imagem de um esportivo, inclusive com uma semelhança muito grande ao veículo usada pela Audi no DTM (DeutcheTourenwagen Máster – Campeonato Alemão de Turismo).
Na parte traseira um pequeno aerofólio incrementa o ar esportivo, melhorando a fluidez aerodinâmica. Já toda lateral do carro exibe toda elegância com seu teto baixo e linhas fluidas, que com um belíssimo jogo de luz e sombras incrementam ainda mais o ar de um expresso de cavalheiro. As rodas de liga leve de aro 16 preenchem o conjunto lateral.
Vida a bordo
Aqui a montadora dos anéis entrelaçados mima os ocupantes com muito conforto e tecnologia. Mesmo esta não sendo a versão top de linha, os materiais são de ótima qualidade e diversos itens de segurança. Ao todo são sete airbags, incluindo o de joelho para o condutor.
Para todos passageiros cintos de três pontos com pré-tensionador e isofix para o banco traseiro.. Como o banco do motorista tem regulagem de altura, qualquer condutor encontra facilmente a melhor posição para dirigir. Ao se tirar a mão do volante, naturalmente se alcança a alavanca de câmbio automatizado (stronic) de 7 velocidades, e o freio de estacionamento é elétrico.
O campo de visão é excelente graças a grande área envidraçada, faltou somente o sensor e estacionamento para o pacote ser perfeito. Quatro pessoas se acomodam maravilhosamente bem no carro, um quinto passageiro irá sofrer com a falta de espaço para as pernas, por causa do túnel central.
O porta-malas tem a capacidade de 425 litros, traduzindo é possível se levar a bagagem de toda família. Testamos o espaço colocando três malas grandes, duas mochilas e dois capacetes. O ângulo de abertura é muito bom, e uma prática rede no porta-malas permite se carregar objetos, sem que os mesmos virem fontes de ruídos.
Tudo está ergonomicamente distribuído pela cabine, com direção eletromecânica, volante com regulagem de altura e profundidade, espelhos retrovisores elétricos, ar condicionado, espelhos de cortesia iluminados, cintos de segurança com sensores de afivelamento e vidros laterais e traseiro com isolante térmico. A acessibilidade mecânica é muito boa, e um amortecedor a gás mantém o capô aberto. Reservatórios do limpador de parabrisas, vaso de expansão do líquido de arrefecimento e do nível de fluido de freio estão bem visíveis e são de fácil acesso.
Condução
Uso urbano
Primeiro fomos utilizar o carro no caótico trânsito da capital paulista, mais conhecido como máquina de criar neuróticos; e não é que o Audi nos surpreendeu positivamente. Primeiro graças ao prático e inteligente sistema start/ stop, que desliga automaticamente o carro toda vez que se para em um farol ou no congestionamento e volta a ligá-lo assim que se tira o pé do freio, isso auxilia não somente na melhora do consumo de combustível, como diminui a emissão de poluentes na atmosfera.
Isso aliado ao câmbio automatizado de dupla embreagem torna o carro muito ágil e também econômico. Prova foi termos conseguido uma média de 9,7 km/l nestas condições desfavoráveis e com o ar condicionado ligado.
Claro que isso também é graças ao sistema TFSI (Turbo + Fuel Stratifield Injection), onde o turbo disponibiliza o torque já desde 1.400 rpm. O turbocompressor tem um atuador elétrico da válvula de escape que regula a pressão de carga com rapidez e precisão.
Além disso, o coletor de escape foi integrado na cabeça do cilindro refrigerado a água, encurtando o período de aquecimento do motor e reduzindo a temperatura dos gases de escape. Todas essas medidas ajudam a reduzir o consumo, particularmente para um estilo de condução esportivo.
O sistema FSI injeta o combustível direto nas câmaras de combustão de forma pulverizada, permitindo um uso preciso da quantidade necessária para o funcionamento do motor a cada instante.
A suspensão absorveu muito bem as inúmeras crateras lunares do nosso castigado piso que o governo insiste em chamar de asfalto.
O carro se mostrou estável e confortável, sem repassar os solavancos para os ocupantes. O sistema de som (Audi MMI) com uma tela de 7 polegadas tem um som limpo e claro, com ótima acústica e entrada para cartão sd.
Uso rodoviário
Ai sim o carro conquista o consumidor de vez. O consumo chega a incríveis 19 km/l, e isso nós conseguimos comprovar. A aerodinâmica não ajuda somente no desempenho/ economia como no silêncio a bordo.
É preciso se ficar atento, caso contrário facilmente se supera os limites permitidos de velocidade. Andamos mais de 350 km de modo contínuo e os bancos além de envolventes são muito confortáveis, a ponto de não se perceber que estamos a tanto tempo conduzindo.
A retomada de velocidade se mostrou vigorosa, traduzindo-se em segurança nas ultrapassagens, e se o condutor optar pela troca manual das marchas, o computador de bordo ainda indica o melhor momento para troca das marchas, com uma seta ao lado marcha engatada. As trocas de marcha no modo automático são muitos suaves, quase imperceptíveis.
Uso em Pista
O Audi mostra aqui sua vocação para esportivo, e ressentimos somente a falta de um paddle shift (alavancas atrás do volante para trocas de marcha), que estão presentes somente no modelo 1.8. O carro literalmente parece que está sobre trilhos, ou que seja premonitório, já que é fácil colocá-lo onde se deseja.
No limite, que por sinal é bastante alto, o carro escapa de frente. Isso inclusive já era esperado, uma vez que se trata de um veículo de tração dianteira. A aceleração de 0 à 100 foi atingida em 9s1, três milésimos mais rápido que o declarado pela fábrica, e a velocidade máxima atingida foi de 212 km/h.
Ficou a impressão que se houvesse espaço seria possível atingir uma marca ainda melhor. Definitivamente o down size de motor só fez bem ao carro, e olha que o carro pesa 1.200kg.
Conclusão
A Audi colocou uma versão de ‘entrada’ do seu sedãn com motor 1.4 turbo, mas o desempenho é de um carro com motor 2.0 e o consumo mais parece de um veículo equipado com um motor 1.0. O carro está declarado como sendo um veículo premium e embora o preço seja muito próximo às versões tops de sedãs-médios a qualidade e o status mais que justificam a escolha.
Ficha Técnica
Motor: 1.4 turbo
Potência: 122 cv a 5.000 rpm
Torque: 20,3 kgfm a 1.400 rpm
Câmbio: automatizado de 7 velocidades
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Velocidade máxima: 212 km/h
Comprimento: 4.456 mm
Largura: 1.756 mm
Altura: 1.416 mm
Entre-eixos: 2.637 mm
Tanque: 50 litros
Porta-malas: 425 litros
Peso: 1200 quilos
Breve História da Audi
Audi AG é uma montadora alemã que faz parte do grupo Volkswagen, e inclui no grupo Audi AG a Lamborghini e a Ducati.
A história da marca remonta ao final do século XIX quando August Horch iniciou a construção e automóveis, fundando a marca Horch. A sede da fábrica ficava em Zwickau.
Em 1909 devido a desentendimentos com outros diretores, Horch vendeu os direitos ao nome e fundou outra empresa, desta vez com seu nome traduzido para o latim: Audi. Com o tempo a Audi absorveu outras marcas, e isso deu origem ao símbolo da marca, os anéis entrelaçados.
As marcas representadas são a Audi, DKW, Wanderer e Horch, dando origem a Auto Union. Depois do final da segunda guerra graças à ajuda financeira proveniente do Plano Marshall juntamente com os empréstimos que foram concedidos pelo Estado da Baviera, a empresa Auto Union foi reconstruída em Ingolstadt (Baviera) e reabriu as portas a 3 de Setembro de 1949.
O Volkswagen Group adquiriu os direitos de comercialização da Auto Union em 1964, e decidiu lançar a marca Audi de volta ao mercado.
No Brasil a marca desembarcou em 18 de novembro de 1993, com a oficialização do acordo operacional entre a Senna Import e a Audi AG pelo tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna, em Ingolstadt, Alemanha.
Em março de 2005, a Audi AG assume 100% dos negócios no país com o surgimento da Audi Brasil Distribuidora de Veículos, empresa multinacional disposta a dar sequência ao sucesso da marca no país.