Batida durante a segunda etapa da temporada ilustra resistência do equipamento da categoria nacional de formação de pilotos
Não apenas pensar na formação de novos pilotos. Mas também garantir a integridade deles em todas as etapas da categoria. Se a F-3 Brasil se firma cada vez mais como uma das principais categorias para a revelação de novos competidores do automobilismo brasileiro, segurança também não tem faltado. Caso restasse alguma dúvida disso, agora já dá para afirmar: os carros da categoria estão entre os mais seguros das pistas brasileiras.
O acidente com Alberto Cesar, da Fórmula 3 Academy, na segunda prova da etapa de Interlagos, a segunda da temporada, é prova disso. O jovem, de 16 anos, escapou da pista no fim da reta dos boxes e só foi parar na proteção de pneus. A corrida foi interrompida na oitava volta para a remoção do carro da área de escape e o resgate do piloto, que não teve qualquer lesão.
“Achei o carro muito seguro. Foi um acidente muito rápido, em uma velocidade muito alta. Em qualquer outra categoria, eu poderia ter me machucado. Mas na F-3, o carro é feito quase todo de fibra de carbono, então, é muito seguro. Isso sem contar a segurança da pista”, avaliou Cesar, que participou da disputa em Interlagos como convidado e só reclamou de algumas dores na coxa esquerda por conta da batida.
“Acabei batendo a perna no cockpit e fiquei desconfortável”, completou.
Construído com o chassi do Dallara e impulsionado por um motor de 250HP para F-3 Brasil e 220HP para F-3 Academy, o carro conta com uma estrutura de fibra de carbono responsável por proteger o piloto de eventuais contatos externos.
“Felizmente, a estrutura do carro blindou o Cesar de um acidente mais grave. Ele saiu ileso”, destacou João Alberto, pai do piloto.
A F-3 é uma das principais categorias de monoposto em termos de aerodinâmica, mecânica e tecnologia. Através de um sistema que coleta informações sobre o carro e o modo de condução do piloto, a Anef (Associação Nacional das Equipes de Fórmula) trabalha todos os anos para aprimorar a segurança do veículo.
“Todo tipo de inovação que utilizamos é visando à segurança dos pilotos. A metria nos permite uma completa verificação dos itens do carro e do modo como cada condutor dirige. Temos dados que indicam pressão do pedal do acelerador e do freio, indicam quanto o piloto vira o volante, qual a quantidade média de giros por minuto, enfim, um relatório detalhado para utilizarmos com base e deixar o carro mais seguro. O carro de F-3 é o mais seguro do mundo, temos o equipamento mais moderno que existe”, disse o presidente da Anef, Augusto Cesário.
A próxima etapa da temporada acontece no dia 3 de junho, no autódromo de Velo Città, em Mogi Guaçu-SP. Guilherme Samaia é o líder do campeonato da F-3 com 50 pontos. Já na Academy, Marcel Coletta é o primeiro, com 42.
Foto: Marcus Cicarello
Por Luis Ferrari