Curitibano estreia Toyota Corolla preparado pela RCM neste fim de semana em Goiânia
O pódio não é um ambiente estranho para Ricardo Zonta.
Dono de três campeonatos do mundo, uma década na F1, terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans e inúmeros troféus da Stock Car, o curitibano inicia a temporada 2020 da principal categoria do Brasil com a missão de chegar à última etapa do campeonato lutando pelo título, inédito para ele e para a Shell. A primeira etapa acontece neste fim de semana em Goiânia, cheia de novidades.
Zonta será o único piloto Shell a pilotar o novo Toyota Corolla, escrevendo mais um capítulo na extensa história que tem com a marca. Ele pilotou para a equipe em quatro temporadas na F1, disputando Grandes Prêmios e acumulando valiosa quilometragem como piloto de testes -entre 2003 e 2006, ainda na era pré-simuladores e com regulamento bem mais flexível que o atual para treinos privados, o desenvolvimento dos componentes na categoria máxima acontecia com os pilotos de fato acelerando em autódromos.
A relação com a Toyota na F1 foi tão positiva, que o time presenteou Zonta com um de seus carros na categoria, hoje peça de decoração na casa do piloto em Curitiba.
Não por acaso, quando dono de equipe e piloto no Brasileiro de Marcas, Zonta representava a montadora acelerando um Toyota Corolla XRS. Em 2012, ele foi o piloto vice-campeão e ajudou a Toyota a conquistar seu primeiro e único título entre os fabricantes. Teve ainda participações pontuais pela marca, na Argentina em etapa do Super TC2000 em 2014 e até vencendo corrida na Costa Rica no ano passado.
Com a entrada da montadora japonesa na Stock Car em 2020, os carros da Stock Car foram todos repaginados. A categoria agora passa a competir com modelos visualmente mais próximos dos modelos de rua. Como têm carroceria em lata e componentes aerodinâmicos menores, aumentou o desafio de pilotagem.
Para dar conta do desafio, Zonta não poderia estar em lugar mais apropriado em sua sexta temporada como piloto Shell. Em 2020 ele leva o carro #10 para a equipe RCM, time da organização capitaneada pelo mítico preparador Rosinei Campos, o “Meinha”. Com sede em Curitiba, é a escuderia que mais títulos venceu na última década e vem de três campeonatos consecutivos de pilotos e de equipes. Meinha é o único dono de equipe que participou de todas as mais de 500 corridas da história da Stock Car desde 1979.
Palco da rodada dupla inaugural no domingo, Goiânia é uma pista de grandes memórias para o piloto curitibano. Nesse circuito ele já encabeçou dobradinha da equipe Shell V-Power em 2017 e figurou entre os cinco primeiros ao menos uma vez por ano desde 2015.
Agora de time novo e com carro novo, Zonta inicia o campeonato com a mesma motivação de quem começou a frequentar pódios em corridas de carro pela F3 Brasil em 1994 e desde então segue ampliando sua coleção de troféus.
Quatro perguntas para Ricardo Zonta:
O que espera da temporada, com carros novos e em nova equipe?
Difícil falar qualquer coisa até o momento, os carros tiveram diversas mudanças do ano passado para esse ano. Testamos muito pouco os carros, a equipe teve apenas algumas horas de treino com o carro novo. Tivemos algumas mudanças mecânicas e de motor. Vai ser uma surpresa para todo mundo.
Para mim, os treinos foram positivos, mas é muito cedo para falar qualquer coisa. O tempo de pista não foi grande para sentir de verdade as diferenças entre os carros, principalmente entre as marcas que fornecem.
Hoje estou em uma das melhores equipes, das mais vitoriosas da Stock Car. Estou muito otimista com a equipe e com a experiência que temos. Podemos fazer um bom trabalho esse ano.
Quais as principais diferenças entre o carro novo e o do ano passado?
A principal diferença entre os carros do ano passado para esse ano, falando do Toyota que eu vou andar, tem algumas mudanças no motor, o carro é mais pesado por conta das mudanças na lataria. O carro diminuiu a aerodinâmica, além das mudanças no assoalho que diminuíram o “down force” que era exercido sobre o carro. Isso resulta em perda de pressão aerodinâmica e gera mais dificuldade nas curvas de alta. O carro acaba sendo mais difícil de guiar do que o de 2019.
Como foi o impacto da pandemia na sua preparação para 2020?
A pandemia interferiu bastante para todos nós, estava em uma boa forma física, mas o distanciamento resultou em fechar as academias e locais onde eu treinava, tive que me adaptar para treinar em casa, principalmente em simuladores de bicicleta e esteira. Nesse período não realizei nenhum treino nem em carros e nem em karts para não correr riscos. Diferente de muita gente, não segui o caminho dos simuladores por algumas questões pessoais.
Qual imagina que será o segredo do sucesso para buscar bons resultados em 2020, com as adaptações necessárias a um calendário mais apertado e mais pontos em disputa no mesmo fim de semana?
O segredo é chegar bem preparado para todas as corridas, principalmente para essa primeira corrida. Todos os pilotos e equipes estão em “pé de igualdade” nessa primeira etapa, com pouco conhecimento do carro novo, mas já tendo andado nele. É muito importante estar na pista em todos os momentos possíveis para entender o carro e tirar o melhor desempenho dele o quanto antes.
O piloto e suas marcas
Nome: Ricardo Zonta
Idade: 44
Residência: Curitiba (PR)
Número: 10
Equipe: RCM
Temporadas na Stock Car: 13
Vitórias: 6
Poles: 2
Pódios: 14
Principais conquistas na carreira: 10 temporadas na F1 como piloto titular ou test driver, campeão mundial da World Series by Nissan (2002), campeão mundial de GT (1998), campeão mundial de F3000 (1997), campeão sul-americano de F3 (1995), campeão brasileiro de F3 (1995), campeão da Porsche Cup Endurance Series 4.0 (2018), terceiro colocado nas 24 Horas de Le Mans (2008), vice-campeão do Brasileiro de Marcas (2012)
Principais resultados na Stock Car: 7º lugar no campeonato (2013), vitória na Corrida do Milhão (2013), vitória na Grande Final (2018)
Temporadas com a Shell: 6
Sobre a Raízen:
A Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, se destaca como uma das empresas de energia mais competitivas do mundo e uma das maiores em faturamento no Brasil, atuando em todas as etapas do processo: cultivo da cana, produção de açúcar, etanol e energia, comercialização, logística interna e de exportação, distribuição e varejo de combustíveis. A companhia conta com cerca de 30 mil funcionários, que trabalham todos os dias para gerar soluções sustentáveis que contribuam para o desenvolvimento do país, como a produção de bioeletricidade e etanol de segunda geração a partir dos coprodutos da cana-de-açúcar. Com 26 unidades produtoras, a Raízen produz cerca de 2,0 bilhões de litros de etanol por ano, 4,2 milhões de toneladas de açúcar e tem capacidade para gerar cerca de 940 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A empresa também está presente em 66 bases de abastecimento em aeroportos, 67 terminais de distribuição de combustível e comercializa aproximadamente 25 bilhões de litros de combustíveis para os segmentos de transporte, indústria e varejo. Conta com uma rede formada por mais de 6.000 postos de serviço com a marca Shell, responsáveis pela comercialização de combustíveis e mais de 950 lojas de conveniência Shell Select. Além disso, a companhia mantém a Fundação Raízen, que busca estar próxima da comunidade, oferecendo qualificação profissional, educação e cidadania. Criada há mais de 14 anos, a Fundação Raízen possui seis núcleos no interior do estado de São Paulo e um em Goiás e já beneficiou mais de 13 mil alunos e mais de 4 milhões de pessoas com ações realizadas desde 2012.
Foto: José Mario Dias
Por: Luis Ferrari