EQUIPE SIGNATECH ALPINE ELF CONQUISTA O QUARTO LUGAR DEPOIS DE MUITA RAÇA EM LE MANS

– A EQUIPE SIGNATECH ALPINE ELF, QUE TEM O BRASILEIRO ANDRÉ NEGRÃO COMO UM DOS PILOTOS,  TERMINOU A EDIÇÃO 2020 DAS 24 HORAS DE LE MANS PERTO DO PÓDIO NA CATEGORIA LMP2.

– APESAR DE UM PROBLEMA TÉCNICO QUE LEVOU À PERDA DE DUAS VOLTAS NO INÍCIO DA CORRIDA, ANDRÉ NEGRÃO, PIERRE RAGUES E THOMAS LAURENT NÃO BAIXARAM A GUARDA EM NENHUM MOMENTO, FAZENDO UMA INCRÍVEL RECUPERAÇÃO EM MEIO AO PELOTÃO.

– A ALPINE SE PREPARA PARA SUA ÚLTIMA PROVA NA LMP2, ANTES DE PASSAR PARA A CATEGORIA PRINCIPAL DO CAMPEONATO MUNDIAL DE ENDURANCE FIA WEC, A PARTIR DO PRÓXIMO ANO.

Com um formato revisto devido à crise sanitária, a 88ª edição das 24 Horas de Le Mans já se anunciava como um evento único por diversas razões – apenas quatro dias na programação, novo formato das qualificações, noite mais longa…

A equipe já chegou com tudo na quinta-feira, para iniciar a semana de trabalho sob as altas temperaturas de verão. Após duas sessões de treinos livres, os “Bleus” fizeram o décimo melhor tempo nas qualificações, faltando apenas 0,183 de segundo para conquistar um lugar na Hyperpole.

Após mais duas sessões de treinos livres e um aquecimento que serviu como pente fino dos últimos detalhes, a largada foi dada no sábado, às 14h30. Ao volante do Alpine A470 de nº 36, André Negrão se preparava para fazer aquele tipo de largada que é sua marca registrada, mas o brasileiro teve que retornar ao box ao final da primeira volta devido a um vazamento no sistema de arrefecimento.

Os mecânicos da equipe Signatech Alpine Elf fizeram o reparo a jato – em apenas sete minutos –, mas André Negrão também teve que cumprir uma penalidade de drive-through por ter ultrapassado a linha branca na entrada dos boxes.

De volta à corrida, com pouco mais de duas voltas de atraso em relação aos líderes da prova, a equipe redobrou os esforços. Em 59º lugar após dez minutos, André Negrão, Thomas Laurent e Pierre Ragues faziam os revezamentos ultrapassando os GTs e os LMP2 de forma ofensiva, com a meta de voltar a estar no top 20 nas primeiras seis horas da corrida.

Graças a um ajuste audacioso na estratégia enquanto as neutralizações de prova se multiplicavam com o cair da noite, a equipe comandada por Philippe Sinault voltou a ficar entre os dez primeiros da categoria LMP2 na metade do percurso.

Longe de abandonar, o trio continuou a sequência de revezamentos durante a noite em Le Mans, a mais longa desde a edição de setembro de 1968 – a mesma em que a Alpine conquistou o Índice de Eficiência Térmica e o Índice de Performance, com o A210.

Como sempre acontece em Le Mans, a parte noturna da corrida colocou vários competidores à prova, incluindo alguns adversários da equipe no Campeonato Mundial de Endurance da FIA WEC. A equipe Signatech Alpine Elf aproveitou para avançar no pelotão, otimizando o tempo de rodagem de cada piloto durante a noite e o amanhecer.

Com exceção de uma rodagem na pista sem maiores consequências, a equipe apresentou uma regularidade impecável, tanto em termos de estratégia como de qualidade na execução das paradas nos boxes. Isso permitiu que o Alpine A470 de número 36 já estivesse perto dos dez primeiros na classificação geral com o raiar do dia.

Após os dois últimos revezamentos de Pierre Ragues durante a manhã, a equipe estava concentrada nas cinco últimas horas de ofensiva, sob o comando de André Negrão e Thomas Laurent. Os dois pilotos fizeram revezamentos duplos em um duelo fascinante com o carro de número 39 da Graff Racing, antes da saída deste da pista, que provocou a atuação do carro de segurança.

Incumbido de arrematar a recuperação da equipe, André Negrão também aproveitou para assumir o quarto lugar quando o carro nº 26 da equipe G-Drive Racing parou inesperadamente no box, mantendo a posição após um abastecimento relâmpago faltando 9 minutos para cruzar a bandeira quadriculada.

A Signatech Alpine Elf concluiu sua aventura na categoria LMP2 muito perto do pódio em Le Mans. A partir do próximo ano a equipe participa da categoria LMP1, levando para a conta três vitórias (2016, 2018, 2019) e dois terceiros lugares no pódio (2014, 2017).

Antes disso, a equipe ainda participa de mais uma prova da temporada 2019-2020 na categoria LMP2 do Campeonato Mundial de Endurance FIA WEC, que acontecerá no Bahrein no sábado, 14 de novembro.

Philippe Sinault, Diretor da Equipe Signatech Alpine Elf:
“O pódio estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Esse é um dos motivos pelos quais todos nós adoramos esta corrida. Tudo pode acontecer e as emoções ficam como em uma montanha-russa, como foi nosso caso logo no início da prova, quando um conjunto de circunstâncias provocou um problema técnico extremamente raro, que atribuímos a um contato na primeira frenagem. Conseguimos nos manter calmos e fazer o reparo em sete minutos, partindo logo em seguida para uma estratégia bastante agressiva. A noite foi bem difícil, mas vencemos os obstáculos e nos recuperamos bem rápido. A magia de Le Mans aconteceu na última hora. Este quarto lugar poderia nos trazer arrependimentos, mas os três carros que chegaram à nossa frente não tiveram nenhum problema e isso faz toda a diferença aqui. Le Mans decidiu que ficaríamos com o quarto lugar. Também tenho muito orgulho da forma como conquistamos este resultado e nossa performance neste ano. Provamos que estávamos prontos, que não desistiríamos nunca e que a estratégia seria nosso grande diferencial, principalmente em Le Mans. Não vemos a hora de voltar!”

André Negrão
“Entendo este quarto lugar como mais uma vitória em Le Mans. Após o problema que tivemos no início da corrida, partimos literalmente em busca deste resultado, para demonstrar todas as qualidades da nossa equipe. O carro estava incrível e apresentamos o mesmo ritmo que as três equipes que subiram ao pódio. Felizmente, às vezes Le Mans é assim, mas podemos ter orgulho do trabalho feito por todos, tanto durante o dia como à noite.”

Pierre Ragues
“Não temos realmente nada de que nos envergonhar em relação ao nosso desempenho. Fizemos o nosso papel da melhor forma possível assim que resolvemos o problema da largada. Terminamos muito perto do pódio com os incidentes que aconteceram neste final de prova maluco e isso demonstra mais uma vez que devemos sempre contar com a equipe e que ninguém desiste nunca. Foi realmente impressionante e isso nos dá ainda mais orgulho de fazer parte desta equipe.”

Thomas Laurent
“Foi uma corrida bastante positiva, em que a performance esteve em primeiro lugar. Foi realmente uma pena o André ter enfrentado aquele problema na largada, pois tínhamos total condição de subir ao pódio. Os mecânicos deram o melhor de si em todas as paradas nos boxes e os engenheiros foram incríveis, tomando as decisões certas na hora certa. Portanto, temos bons pontos positivos para levar deste quarto lugar e, agora, cabe a nós terminar a temporada em alto estilo no Bahrein!”

Sobre André Negrão
Assim como muitos de seus ilustres compatriotas, o brasileiro André Negrão brilhou em sua terra natal antes de chegar à Europa, onde progrediu até a GP2 Series. Após passar um ano nos Estados Unidos, onde se classificou em sétimo na Indy Lights, em 2016, mudou para a categoria Endurance, com a Alpine. Junto com Nelson Panciatici e Pierre Ragues, terminou em quarto na classificação geral e em terceiro na LMP2, em suas primeira participação nas 24 Horas de Le Mans. Continuou a temporada com Nicolas Lapierre e Gustavo Menezes, com quem conquistou cinco pódios – sendo uma vitória –, concorrendo ao título até a última corrida. Na Super Season de 2018-2019, o brasileiro deu uma guinada em sua carreira, com oito pódios em oito largadas, culminando com duas vitórias na categoria nas 24 Horas de Le Mans, conquistando o primeiro título de sua carreira.

 

Foto: Renault do Brasil

Por: Sala  de Imprensa Renault do Brasil

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