Piloto testa novos acertos com vistas à segunda etapa da temporada e recebe o atleta Gustavo Henrique, campeão mundial nos 100 metros rasos e medalha de ouro nos Jogos Parapan-americanos de Toronto
O autódromo de Interlagos (SP) foi palco nesta segunda-feira (23) da última sessão de testes coletivos da F3 Brasil antes da segunda etapa da temporada, prevista para acontecer nos dias 4 e 5 de junho, no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul (RS). Pilotos de quase todas as equipes estiveram no traçado paulistano, buscando o melhor acerto dos equipamentos e com o objetivo de ganhar quilometragem com o chassi Dallara F309.
O paulista Guilherme Samaia aproveitou os ensaios para fazer novas experiências, mas encontrou diversos problemas ao longo do dia que atrapalharam bastante seu desempenho. “Foi um dia difícil. Tivemos problemas em muitos setores do carro, que nos impediram de andar como gostaríamos. O bom foi que tudo isso aconteceu neste treino e espero que nossa cota de imprevistos encerre por aqui”, explica o piloto, quarto colocado na classificação do campeonato com 12 pontos.
No período da manhã, Samaia encontrou problemas no acelerador e no motor, que apresentou um vazamento de óleo. À tarde, os contratempos ficaram por conta da bomba da gasolina, da bateria e da embreagem, que deixaram o piloto parado por um bom tempo nos boxes. Mesmo assim, o paulista classificou como positiva sua participação nos testes, uma vez que completou cerca de 70 voltas em uma das pistas mais seletivas do calendário. “O traçado tem curvas de todos os tipos e foi a primeira vez que andei nele com o carro da categoria principal. Ainda temos o que melhorar, mas já deu para ter uma ideia do que nos espera na etapa de São Paulo, em setembro”, afirma.
Além dos treinos, Samaia recebeu nos boxes a visita do atleta Gustavo Henrique, medalhista de ouro nos Jogos Parapan-americanos de Toronto e campeão mundial dos 100 metros no atletismo. Com apenas 25% da visão por causa de uma doença (ceratocone) que causa gradativa perda de visão, Henrique é fã de automobilismo e esteve no autódromo acompanhando as atividades. “Gosto muito de corrida, andei de kart quando era mais jovem e estou achando o máximo estar aqui em Interlagos. Não tem jeito, a velocidade está no meu sangue”, brinca o atleta, que estará nos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro.
“Ele é um exemplo de superação. Apesar do problema de visão, o Gustavo demonstra que não podemos desistir de nossos objetivos. É hoje um dos melhores atletas do mundo e reitero o convite para nos acompanhar em uma etapa da temporada. Desta vez, com a medalha de ouro das Paralimpíadas do Rio de Janeiro no peito. Estamos na torcida”, relata Samaia.