Olá amigos do Portal High Speed
Estou de volta para falar da corrida de Phoenix. Acredito que vocês podem estar achando que eu estou chateado por causa do resultado de sábado (aliás, que cenário lindo aquela corrida noturna no deserto do Arizona, heim?). Realmente, verdade seja dita, não fiquei nada feliz ao perder a corrida por um pneu furado. É frustrante, não tenham dúvidas. Mas vou ser honesto, não estou chateado. Vou explicar.
Chateado a gente fica quando o carro não anda de jeito nenhum. Chateado a gente fica quando trabalha duro e por mais que se faça o carro não desenvolve. Chateado a gente fica quando a cada setup que se teste o carro piora. Isso sim, trabalhar e não ver o resultado disso transformado em desempenho na pista, dá uma frustração danada.
Mas no meu caso, eu perdi a corrida de Phoenix porque um pneu furou. Pneu fura, carro quebra, motor esquenta, asa voa e por aí vai. São coisas que fazem parte das corridas. Claro que tudo tem de ser feito para isso ser evitado, mas não da para tapar o sol com a peneira. Acontece.
Eu estava muito competitivo na corrida. Mantive a 1ª posição na largada e liderei as primeiras 40 voltas. Foi quando o pneu furou. Eu acho que todo mundo já passou pela experiência de estar dirigindo e, de repente, sente aquela jogada do volante por causa de um pneu furado. Agora, imagine isso quando você está rápido, bem rápido, na casa dos 300 km/h.
Foi o que aconteceu comigo. Como o problema foi no pneu dianteiro direito, senti aquela pressão momentânea no volante e, como vocês viram pela TV, meu carro foi indo em direção ao muro. Nessas situações a chance de acontecer um acidente, uma pancada no muro, é muito grande. Mas eu consegui diminuir a velocidade, controlar o deslocamento do carro e não fui colhido por ninguém. Depois de um “ufa!”, o negócio foi seguir para o pit.
Como a pista de Phoenix é curta, qualquer parada em bandeira verde, como foi o meu caso, faz com que a perda seja de duas voltas. Ou seja, além de ter caído para 22º, tive também de lutar para retornar à volta do líder. E lá fui eu fazendo o que era possível, mudando a estratégia na medida em que a corrida ia se desenvolvento e, no final das contas, não deu para ir além do 11º lugar, na mesma volta do vencedor Scott Dixon. No final das contas, somei 21 pontos e estou em 6º na classificação com 53 pontos.
Só que o legal da história é que essa eventualidade não encobriu uma realidade que me deixa muito feliz. Nós do Team Penske #3 estamos no caminho certo. Fui o mais rápido nos treinos da pré-temporada em Phoenix, fiz a pole, quebrei o recorde da pista e somente deixei de lutar pela vitória em razão de uma circunstância de corrida. Isso mostra como estamos competitivos e como estamos bem preparados para enfrentar as próximas corridas em ovais. Nossa equipe é muito unida e tudo tem sido feito para que os resultados sejam conseguidos.
No Qualifying da sexta eu consegui a minha pole position de número 50. Se vocês olharem na estatística da IndyCar, só constarão lá 46. É que eles não contam quatro delas em que a classificação foi cancelada por causa das chuvas e larguei em 1º por estar liderando o campeonato naquele momento. De todo modo, qualquer que seja a maneira de quantificar isso, é pole que não acaba mais e me coloca em uma posição privilegiada na história da categoria. A liderança nesse ranking é do Mario Andretti, com 67 poles. Depois vem o AJ Foyt (53) e o Bobby Unser (49). Como a IndyCar credita para mim 46, venho em 4º, logo a seguir. É ou não é uma lista de respeito?
Agora nossas atenções estão voltadas para a prova de Long Beach, a terceira etapa do 2016 Verizon IndyCar Series, que será disputada no dia 17 de abril. Antes, estarei testando o meu #3 no Indianapolis Motor Speedway, já como início de trabalhos para a Indy 500.
Essa coisa da IndyCar é muito legal. Apesar de haver toda uma preocupação com custos e a categoria trabalhar muito forte para que as despesas não sejam demasiadas, o grupo entende que o desenvolvimento não pode parar. É por isso que, dentro de alguns parâmetros, a gente faz alguns testes importantes antes, durante e depois da temporada.
É isso aí, pessoal. Forte abraço e até a próxima coluna, quando vou contar como foi a etapa de Long Beach e, espero, dessa vez sem pneu furado. Vamos que vamos!