Briga com vencedor Jean-Eric Vergne foi a principal atração no ePrix do Uruguai
Faltou pouco para a primeira vitória de Lucas Di Grassi na atual temporada do Campeonato Mundial de Fórmula E, realizada neste sábado (17) em Punta del Este, Uruguai. O piloto da equipe Audi Sport ABT Schaeffler foi o mais rápido nos treinos, cravou a melhor volta na super pole e foi um dos grandes protagonistas da prova. Lucas cruzou a linha de chegada no segundo lugar depois de uma polêmica decisão dos comissários, que surpreendeu pilotos e equipes classificados para a super pole ao aplicar uma punição que até então não havia sido utilizada.
O atual campeão mundial, no entanto, destacou os pontos positivos da etapa: “Provamos que vamos brigar mesmo por vitórias até o final”, disse Lucas. “Pena que o primeiro lugar aqui escapou por uma decisão dúbia. Se tivéssemos mantido a pole, acho que a vitória seria nossa. Mas na próxima corrida vamos pra cima novamente”, completou Lucas, que obteve seu 21º pódio na categoria.
Depois de estabelecer um novo recorde para a pista no último treino livre antes da classificação, quando foi quatro décimos mais veloz que o mais próximo concorrente, Lucas foi para a tomada de tempos no Grupo 1 – o que sempre é uma desvantagem, já que a pista está menos emborrachada se comparada com os grupos seguintes. Além disso, o vento trazia areia da praia bem ao lado do traçado, e estando no primeiro grupo a entrar Di Grassi pegaria o piso também mais sujo.
Mais rápido do Grupo 1, Lucas sustentou a pole position até a entrada do último grupo, quando o francês Jean-Eric Vergne (equipe Techeetah) conseguiu superá-lo por pouco. Na super pole, com os cinco melhores pilotos do dia brigando pelo primeiro lugar no grid, Di Grassi foi imbatível e garantiu a posição de honra. A direção de prova, no entanto, resolveu punir todos os pilotos cujos carros tocaram um sinalizador de limite de pista – um pequeno pilar flexível – e isso causou uma revolução. Os primeiros colocados perderam seus melhores tempos e a pole acabou com Vergne que, apesar de ser quinto na super pole, não havia tocado o pilar de sinalização.
“Na minha opinião, não foi correto excluir os tempos dos pilotos mais rápidos (na super pole) porque todos tocamos no pilar da chicane”, disse di Grassi. “Eu interpretei de forma diferente (a regra informada) no briefing dos pilotos e a questão foi tratada de forma diferente antes, durante os treinos livres e também na classificação. Em vez de partir da pole position, tive que largar do segundo lugar, no lado sujo do grid – e isso em uma pista onde a ultrapassagem é extremamente difícil “, comentou o brasileiro, , que perdeu a pole e largou em segundo. “Precisamos ter um critério único para todos os treinos, algo que não mude de uma hora para a outra”, continuou Lucas, que apenas tocou levemente no pilar em sua passagem pela chicane.
Na corrida, Di Grassi e Vergne foram protagonistas de um grande duelo, o principal do final de semana. A dupla andou várias vezes lado a lado com manobras que levantaram o público diversas vezes ao longo da prova. Logo após o pit stop, por exemplo, Lucas surpreendeu o francês com uma manobra que poderia ter resultado na liderança. Mas os pneus frios ainda não haviam chegado a um bom nível de aderência e o brasileiro usou toda a sua habilidade para evitar um acidente, travando rodas e praticamente raspando no muro. “Não faltou emoção, brigamos quase a corrida toda, seja disputando freadas, seja nas minhas tentativas de aproximação e as dele para tentar escapar”, disse Lucas. “Faltou só chegar em primeiro. E saio daqui animado com as nossas chances na próxima etapa, em Roma”, completou Lucas.
A próxima etapa do Campeonato Mundial de Fórmula E será disputada no dia 14 de abril. Antes disso, Lucas estará em Curitiba para a segunda corrida da temporada da Stock Car, no dia oito de abril.
Foto: Audi Communications Motorsport
por BestPR