Trinca levou a melhor em disputa com time do Mercedes AMG GT4 e venceu a corrida realizada neste domingo em Interlagos
O Ginetta G55 pilotado por Esio Vichiese, Renan Guerra e Stuart Turvey venceu neste domingo (16) a 1000 Milhas do Brasil, prova disputada no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP). O trio se revezou na liderança com a tripulação do Mercedes AMG GT4 até a nona hora, quando o carro da marca alemã precisou reparar os freios, perdendo tempo e abrindo caminho para o triunfo do time do modelo inglês.
Os vencedores tomaram a liderança da prova pela primeira vez ainda na primeira hora, se aproveitando de um problema na pressão de óleo do protótipo MCR Tubarão que largou da pole position. A partir daí, Vichiese, Guerra e Turvey entraram em duelo particular com Leandro Ferrari, Flávio Abrunhoza, Marcelo Brisac e Renato Braga, pilotos da Mercedes. Os dois carros se revezaram na liderança, mas o Ginetta se sobressaiu, mesmo sofrendo um princípio de incêndio na parada nos boxes na nona volta.
“Com nove horas de prova nós estávamos na mesma volta e trocando posições. Pena que eles tiveram problemas nos freios. Nossa pastilha terminou a corrida bem no limite. Foi uma prova de fogo, pois em nenhum momento nós tivemos condições de poupar e levar o carro para casa. A gente teve que forçar o equipamento para conseguir o resultado”, disse Guerra, piloto que mais andou na Ginetta ao longo das 11 horas de prova.
Abrunhoza lembrou que o Mercedes sofreu muitos problemas ao longo da temporada do ano passado, durante o campeonato do Endurance Brasil. Assim, o piloto e proprietário do AMG GT4 se mostrou satisfeito com o desempenho apresentado pelo modelo ao longo da maratona realizada em Interlagos, ressaltando que o carro é mais pesado em relação a Ginetta.
“No ano passado a Mercedes nos deu muito trabalho. O carro apresentou problemas de desenvolvimento. Na última etapa do Endurance Brasil, a gente conseguiu colocar o carro em ordem e tivemos problemas de freio. O carro é muito bom de reta, mas é um caixote. São quase 500 quilos a mais de peso”, disse Abrunhoza logo após o encerramento da corrida.
“Paramos após nove horas pois a pastilha acabou. Trocamos, perdemos cinco voltas para a Ginetta. E tivemos um problema de pneus, pois a roda foi de tala nove para dez. Voltamos e resolvemos os problemas. Estou feliz, pois ano passado nós quebramos em oito etapas. E aqui nós estreamos nossa equipe. Ser o segundo colocado nas 1000 Milhas é promissor”, completou o piloto.
O terceiro lugar foi um prêmio ao quarteto Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso, que dividiu a condução de um protótipo MRX-Honda. “Tivemos problemas com os freios e, depois, a parte elétrica começou a ter problemas. A cada pit stop, trocávamos também a bateria do carro”, explicava Rafael Cardoso, que correu ao lado do pai, Sérgio.
Em quarto lugar ficou o protótipo Spyder-VW de José Vilella, Pipa Cardoso e Tinoco Soares, da LT Team. Durante a noite, o trio precisou fazer trocar a caixa de câmbio do carro em uma longa parada de box. O carro voltou à pista, mas na fase final da prova o câmbio voltou a ter problemas, ficando travado em quarta marcha. Para evitar desgaste acentuado da mecânica, o carro ficou recolhido no box durante vários minutos e voltou a tempo de receber a bandeirada.
Procedimento semelhante teve a equipe do Omega pilotado por Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo, quinto colocado. Mesmo sendo o carro da categoria mais lenta entre as que compuseram o grid da 1000 Milhas do Brasil, consolidou-se em terceiro lugar durante a madrugada até ter problemas que culminaram com a troca do diferencial, já nas primeiras horas da manhã. O Omega ficou novamente em condições de andar, mas a equipe não teve possibilidade de fazer ajustes mais finos. “O carro ficou quase inguiável”, resumia Paciello. “Voltamos para o box e saímos apenas para receber a bandeirada”, completou.
O único acidente da 1000 Milhas do Brasil aconteceu de madrugada, com cerca de uma hora e meia de prova. O Astra V8 de Ricardo Rodrigues, Marcos Cassoli, Walter Barajas e Ricardo Domenech bateu de leve, mas a pancada foi suficiente para causar a quebra de uma roda e impedir o carro de continuar na prova. Os demais abandonos foram todos causados por falhas mecânicas, a maior parte panes no motor.
Confira o resultado final da 1000 Milhas do Brasil:
1º – Esio Vichiese, Renan Guerra e Stuart Turvey (Ginetta G55) – 360 voltas em 11h01min00s312
2º – Leandro Ferrari, Flávio Abrunhoza, Marcelo Brisac e Renato Braga (Mercedes AMG GT4) – a 5 voltas
3º – Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso (MRX) – a 51 voltas
4º – José Vilela, Pipa Cardoso e Tinoco Soares (Spyder) – a 107 voltas
5º – Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo (Omega) – a 125 voltas
6º – Marcelo Servidone, Luiz Finotti e Jorge Machado (Tubarão) – a 168 voltas
7º – Ney Faustini, Ney de Sá e Marcos Philippi (Cobalt) – a 183 voltas
8º – Sérgio Martinez, Eduardo Pimenta e Luiz Oliveira (Spyder) – a 247 voltas
9º – Ricardo Rodrigues, Marcos Cassoli, Valter Barajas (Astra) – a 325 voltas
10º – Carlos Antunes, Yuri Antunes, Mauro Auricchio e Lucas Marotta (MRX) – a 332 voltas
11º – Edras Soares, Juarez Soares e Leandro de Almeida (Vectra) – a 336 voltas
12º – Mauro Kern, Paulo Sousa e Tiel de Andrade (MCR Tubarão) – a 337 voltas
Foto: Claudio Kolodziej
Por: Dinho Leme, Luiz Alberto Pandini, Leonardo Marson – Assessoria de imprensa – 1000 Milhas do Brasil