Guy Bertin: um campeão apaixonado por motos e corridas

Prestes a ser consagrado tricampeão da categoria 350 no ICGP, o francês Guy Bertin fala sobre sua carreira e sobre a paixão por motocicletas.

 

294181_639854_dsc08982__copy__resultaatO francês Guy Bertin é um daqueles motociclistas de corpo e alma. Disputou os campeonatos mundiais de Motovelocidade e de Endurance durante mais de dez anos e, com 45 anos de carreira, continua andando forte sobre duas rodas. Ao guidão de uma Kawasaki KR, ele está prestes a conquistar seu terceiro título na categoria 350 do International Classic Grand Prix. A temporada terminará no dia 23 de outubro em Goiânia, exatamente o circuito onde em 1988 Bertin disputou seu último GP válido pelo Campeonato Mundial de Motovelocidade.

Guy Bertin nasceu em 25 de novembro de 1954 em Aix-Les-Bains, na França. Começou a correr em 1971 e estreou no Mundial em 1977, com uma Yamaha TZ 250. Em 1979, disputou a categoria 125 pela equipe de fábrica da Motobécane. Destacou-se ao vencer dois GPs em Brno (Tchecoslováquia) e Le Mans (França). Neste último, levou o público ao delírio no duelo com Angel Nieto, o rei das categorias 125 e 50 entre as décadas de 1970 e 1980. “Foi uma corrida inesquecível. Vencer uma corrida ‘em casa’ é excepcional”, diz Bertin. “Todas as vitórias são belas, mas a mais marcante foi a minha primeira vitória em GP, na Tchecoslováquia.”

Em 1980, ainda na Motobécane, Bertin confirmou seu talento vencendo mais três GPs e conquistando o vice-campeonato mundial da 125. No ano seguinte, transferiu-se para a italiana Sanvenero e venceu mais um GP na 125. A Sanvenero decidiu então construir uma moto para a categoria 500. Já se sabia que seria muito difícil lutar contra as fábricas japonesas, mas a experiência acabou sendo frustrante. A máquina era pouco competitiva e a Sanvenero começou a enfrentar sérios problemas financeiros. Quando faltavam duas provas para o final da temporada, a Sanvenero dispensou Bertin, unicamente por falta de dinheiro para manter duas motos na pista. Seu companheiro de equipe, o suíço Michel Frutschi, havia conseguido uma vitória no GP da França – algo possível unicamente porque todos os pilotos oficiais das fábricas japonesas boicotaram a prova, alegando falta de segurança. Bertin poderia ter ficado, no mínimo, em segundo lugar, mas sua moto quebrou.

Em 1983 e 1984, Bertin disputou a 250 pela MBA, conseguindo bons resultados. Correu também pela Malanca (1985) e Parisienne (1986) e a partir de 1987 correu como piloto privado, primeiro com uma Honda RS e, no ano seguinte, com uma Yamaha TZ. Foi como piloto privado que ele participou dos dois primeiros GPs do Brasil, realizados em Goiânia. “Em 1987, com a Honda, terminei em 11º lugar e fui o primeiro entre os ‘privados’. No ano seguinte, com a Yamaha, fiquei em 19º”, recorda. Foi seu último ano no Mundial. “Eu me lembro de Goiânia como uma cidade muito agradável, com um bom ambiente. As pessoas eram muito simpáticas”, elogia. Depois disso, Bertin esteve algumas vezes no Rio de Janeiro, como responsável técnico nos GPs realizados no autódromo de Jacarepaguá.

Quando decidiu parar com os GPs, Bertin também tinha em seu currículo as vitórias em duas das mais importantes provas de endurance do motociclismo: a 24 Horas de Bol d’Or, em 1983, e a 24 Horas de Le Mans, em 1985. E foi nesta modalidade que ele voltou a correr em 2003, sempre com bons resultados. Disputou copas monomarca (Harley Davidson e BMW) na Europa e nos Estados Unidos antes de se juntar ao ICGP em 2009. Entre 2009 e 2016, venceu 35 corridas e foi duas vezes campeão da categoria 350, em 2011 e 2014. Em 2016, está prestes a confirmar seu terceiro título. Além das corridas, Bertin extravasa a paixão por motos com passeios nas máquinas clássicas de sua coleção. Em sua garagem estão uma Honda 450 Black Bomber (1969), Honda 750 (1969), Kawasaki 650W (1968), Yamaha YR1 350 (1968), Suzuki 250 T20 (1966) e várias outras.

Perguntado sobre a diferença entre o “jovem” Guy Bertin e o “veterano” Guy Bertin, o piloto francês responde com bom humor: “Uns 40 anos…”. Depois, a sério, analisa: “Hoje, é mais ‘fácil’ ganhar corridas do que antes porque tenho uma moto muito boa, a Kawasaki KR 350. Em 1971, ganhei a primeira corrida da qual participei, uma subida de montanha no Col de La Faucille. E, em 2016, venci várias corridas no ICGP e posso ser campeão. Tenho consciência da sorte que tive de sempre ter tido oportunidade de seguir minhas paixões”, finaliza.

Vídeo – Veja no Facebook (facebook.com/icgpbrasil) ou no canal do ICGP no YouTube (em http://bit.ly/2cD0bzi) o vídeo on board do francês Guy Bertin, líder do ICGP 350, em sua Kawasaki KR na primeira corrida da etapa de Grobnik, na Croácia. Bertin largou na pole e disputou a liderança, mas depois sua moto perdeu potência. A “culpa” foi de uma nova carenagem, feita em material mais leve e mais flexível. Durante a corrida, a carenagem era “sugava” pelo carburador e bloqueava a entrada de ar, diminuindo o rendimento do motor. Mais adiante, Bertin teve uma forte derrapagem, da qual considera ter escapado inteiro por milagre. “Ninguém tem direito de passar por aquilo e sair inteiro!”, brincou depois da corrida.

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LetraNova Comunicação
Luiz Alberto Pandini – MTB 22560
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Foto: ICGP Brasil/Hendrik Jan Lotterman)

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