Honda City, estrela “Quero ser grande”

A Honda tem apresentado no Brasil alguns carros que se tornaram referência no mercado e sucesso quase imediato, casos do Civic e do Fit, não por acaso líderes de venda em suas categorias. O Honda City foi criado especialmente para os mercados emergentes, e assim era esperado que ficasse aquém dos “irmãos” famosos, mas não foi isso que se viu.

 

IMG_20150820_070436O sedã (compacto da marca japonesa) compartilha a plataforma com o Fit, mas é 6,5 cm mais baixo, 50 cm mais comprido além de ter um entre-eixos 5 cm maior. O acréscimo deu ainda mais conforto para os ocupantes, e mesmo que o condutor e o passageiro do banco dianteiro tenham mais de 1m80cm, quem estiver no banco traseiro não irá ter os joelhos esmagados.

O porta-malas do carro tem a espantosa capacidade de 506 litros, superior até que a do Civic. O novo City encantou o público assim que foi lançado, com um design extremamente atraente, e bateu todos concorrentes.

Design

O modelo 2015 conseguiu a proeza de ficar ainda mais bonito, e automaticamente ainda mais desejado, mostrando que passou da IMG_20150819_165034“adolescência” para “maioridade”. Na dianteira um largo filete cromado com o logo da marca compõe a grade dianteira, e na parte traseira as lanternas agora são horizontais, com uma régua cromada, que trouxe ao carro ares de Legend, um modelo da Honda superior inclusive ao badalado Accord e  transmitem a impressão de maior largura ao carro.

O City recebeu rodas de liga leve de 16’ polegadas com desenho ainda mais chamativas que as do Civic, e uma régua cromada no entre as lanternas traseiras Um forte vinco corta toda lateral do carro, dando um belo equilíbrio de linhas.

Vida à bordo

IMG_20150820_070427Recebemos para testar o City EXL o modelo top de linha, equipado com câmbio CVT, que emula 7 velocidades.O carro é equipado com um motor 1.5 16V flex, que entrega 116 cavalos abastecido com etanol; Abaixo de 3000 rpm o motor é tão esperto que até parece que é um 8 válvulas, mas isso graças ao sistema iVTEC

As melhorias no refinamento estão por toda a parte, e nesta versão o cluster (painel de instrumentos) é bem completo e vistoso, com acabamento em black piano na parte central do painel. Destaque para os paddle-shifts (borboletas para troca de machas atrás do volante), ar-condicionado digital com comandos sensíveis ao toque e uma central multimídia com câmera de ré.

Ficou faltando um GPS, e a central multimídia de 5” é um pouco acanhada, caberia facilmente uma tela de 7”, nesta central se exibem as imagens da câmera de ré, mas faltou ainda o sensor de estacionamento na traseira.

Na dianteira a suspensão usa o sistema McPherson, que ganhou nova geometria e componentes mais leves, com amortecedores IMG_20150819_165126com batentes hidráulicos. Na traseira, vieram buchas hidráulicas e um eixo de torção mais rígido, deixando o veículo mais suave em pisos ruins.

Não há discos na traseira, mas os espaços de frenagem se mostraram mais que aceitáveis, e a direção elétrica deixou o carro leve nas manobras. Somente em velocidades mais altas a mudança de trajetória parece anestesiada.

O carro tem ainda cinto de três pontos para todos ocupantes, e encosto de cabeça para os cinco ocupantes e isofix para fixação de cadeirinhas. O condutor em ainda volante regulável em distância e profundidade, e um apoio de braço central e banco reclinável milimetricamente. A abertura do porta-malas somente pela chave, ou internamente.

 

Uso Urbano

IMG_20150820_070514O City nos surpreendeu em nossos testes, com uma aceleração de 0 a100 km/h na casa de 10s7 e a retomada de 80 a120 km/h gastando somente 7s6, traduzindo isso em agilidade e segurança no trânsito. O consumo de combustível ficou dentro do razoável, já que registramos a marca de 8,7 km/l quando abastecido com etanol.

O motor 1.5 foi parcialmente eficiente, já que é bom de arrancadas, muito graças ao baixo peso do carro. Infelizmente  torque máximo só surge na casa dos 4.800 rpm. Assim o carro perde força nas ladeiras, e para manter o ritmo se faz necessário pressionar mais o pedal do acelerador pra o câmbio CVT encurtar a relação.

Consequentemente o motor emite um nível de ruído acentuado. Já com 3.500 rpm o ruído do motor chega atrapalhar a conversação dos passageiros, e a barra do econômetro (contorno iluminado do velocímetro) muda rapidamente do verde para azul, indicando que seu combustível está virando “fumaça”.

Gostaríamos muito de ver o City equipado com o motor 1.8 do Civic.

Uso Rodoviário

A adoção do paddle-shift comprovou que não é apenas um “apêndice” para dar um ar esportivo ao carro, mas deixou o carro IMG_20150820_171338muito mais gostoso de dirigir que o Fit, carro do qual deriva.. Com a alavanca na posição Sport (S) e a utilização do paddle-shift, o carro até parece sofrer uma verdadeira transformação.

Entrar em curvas apertadas ou uma estradinha de serra, as reduções deixam o motor sempre cheio, e a estabilidade é muito boa. A sensação é de que o carro fica mais esperto e o ronco do motor acaba convidando a se acelerar, mas de qualquer modo isso não se comprovou no cronômetro, muito embora não deixa de ser muito agradável de conduzir.

Com uso do câmbio CVT na função S, as reduções são prontamente obedecidas, e caso o condutor se esquecer de efetuar as mudanças, elas irão ocorrer automaticamente, próximo à faixa das 5.500 rpm. Se utilizado na função D (Drive), o motorista ainda pode fazer as mudanças no paddle-shift, mas o câmbio reassume as rédeas do carro em seguida, caso não for feita nenhuma outra intervenção.

O consumo em uso rodoviário ficou na casa dos 12,8 km/l, isso em um tanque de 46 litros possibilita se cobrir mais de 588 km.

Conclusão

IMG_20150820_171438Por tudo isso o City deixou de ser um sedan compacto e se aproximou de vez dos médios. Prova disso é que espaço interno ficou excelente, com 7 cm a mais para os joelhos (os bancos da frente estão 6 cm mais distantes do banco traseiro).  Passageiros com até 1,80 cm viajam confortáveis no banco de trás

O Honda City EXL quer ser grande, e mira roubar os consumidores de sedãs médios, como Fluence, C4 Lounge, Sentra e até mesmo as versões de entrada do Civic e do Corolla.  Capacidade ele tem, e com o preço de R$69.000, desta versão isso é muito possível.

Ficha Técnica
Motor: 1.5
Potência: 116 cv a 6.000 rpm
Torque: 15,3 kgfm a 4.800 rpm
Câmbio: CVT que emula 7 velocidades com paddle-shift
Aceleração 0 a 100 km/h: 10,7 segundos
Velocidade máxima: 175 km/h
Comprimento: 4.450 mm
Largura: 1.690 mm
Altura: 1.490 mm
Entre-eixos: 2.600 mm
Tanque: 46 litros
Porta-malas: 536 litros
Peso: 1137 quilos

Texto: João Vasconcelos

Fotos: Gulerme Satto e João Vasconvelos

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