O homem, o mito, a lenda. Dono de uma coletânea invejável de campeonatos, troféus, prêmios, além de ser um dos precursores da modalidade Freestyle no país, o showman retorna para as pistas e apresentações com gás total.
Quantos brasileiros podem dizer que dedicaram mais de 40 anos a divulgação e crescimento de uma modalidade, um esporte, um estilo de vida? Jorge Negretti é a cara e a alma do motociclismo, sobretudo offroad do Brasil. No ano em que completa 40 anos de competições, 20 destes dedicados a promoção e profissionalização do FMX, o piloto prepara uma série de atividades para comemorar seu retorno à ativa em grande estilo.
No currículo, a participação e realização de eventos, competições e apresentações como: Festival Interlagos, Copa Brasil de Motocross Freestyle (televisionado Ao Vivo), Circuito Brasileiro Yamaha de Motocross Freestyle, Desafio Internacional Playstation de Motocross Freestyle, Desafio Internacional de Barretos, Copa Truck, Virada Esportiva de São Paulo e Festa do Carreteiro, entre outros. Levou a loucura o público que aguardava a final do Campeonato Paulista entre Santos e Guarani, (2012) no estádio do Morumbi, ao saltar e fazer manobras diante da multidão de torcedores.
Depois de ficar um tempinho longe das pistas, em 2020 – não resistiu – Negretti participou do Brasileiro de Motocross, na categoria MX5, onde conquistou mais uma vitória, em etapa realizada no parque temático Beto Carreiro. E o primeiro evento que abriu as comemorações dos 20 anos de carreira no Motocross Freestyle e 40 anos de motociclismo aconteu em Ribeirão Preto – Moto Festival Ribeirão, no começo deste mês.
“Meu segredo é descobrir o motociclismo a cada dia, seja no lazer, a trabalho, em viagens… só me falta participar de uma prova de motovelocidade.”, brinca Jorge Negretti, no auge de seus 54 anos e esbanjando jovialidade.
Bragantino do interior de São Paulo, começou no esporte como toda criança, brincando na terra com sua motinho. Logo a brincadeira ascendeu e com isso vieram as primeiras competições, os primeiros títulos e a consolidação de uma longa carreira em duas rodas, que se adaptou com o tempo e dura até hoje.
Dos carburadores a injeção, dos 2 tempos aos 4 tempos e toda evolução implementada nas motos offroad nas últimas décadas, Jorge Negretti experimentou, usou e abusou de todas elas. Dentre os mais de 20 títulos conquistados estão: 10 vezes campeão Brasileiro 125/250cc (atual MX1 e MX2), 9 vezes campeão Paulista 125/250cc, campeão Latino Americano de Supercross e campeão Sul Americano de Motocross, além de ter sido reconhecido como o Melhor Motociclista de 1986 pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Incentivador da modalidade Freestyle e descobridor de talentos do esporte, em meados de 2001 Negretti teve a ideia de criar um caminhão com rampa móvel e toda estrutura para apresentações itinerantes, nascia ali o Jorge Negretti Motocross Show. Da desconfiança de alguns ao sucesso de ter sido o precursor da modalidade no país, tendo visitado e apresentado o Freestyle em todos os estados brasileiros para os mais variados públicos.
Principais características das modalidades:
Motocross – Também identificado como MX. Pilotos largam enfileirados ombro a ombro de um gate para completar voltas em um circuito de terra ou areia com rampas e obstáculos naturais. Vence quem completar mais voltas em um período de tempo.
Supercross – Ou comumente abreviado como SX. Similar ao motocross, mas com número menor de pilotos e circuito que pode ou não ser coberto. As pistas geralmente são mais curtas, estreitas e com rampas maiores, que fazem os pilotos voarem mais alto, uma prova muito técnica e exigente do ponto de vista do preparo físico.
ArenaCross – Número ainda mais restrito de pilotos que o Supercross e a mesma característica de circuito, podendo variar entre terra e areia ou um mix dos dois.
Freestyle: A famosa sigla FMX. Os pilotos se apresentam em um tempo limitado para realizar uma sequência de manobras em rampas que podem ser feitas de aço ou terra, caracterizados por um lançador, de onde o piloto salta e uma recepção, onde ele aterrissa. As distâncias e angulações entre as rampas fazem do freestyle a modalidade mais impressionante para quem pratica e para o público, superando os 20m de vão livre.
Enduro – A boa e velha trilha, mas sem o ritmo de passeio no fim de semana. Existem atualmente alguns tipos de enduro que podem ser realizados em circuito aberto (na natureza), fechado (delimitado por faixas e sinalização no percurso), com obstáculos (enduro cross) e os de velocidade ou regularidade, onde a contagem do tempo é fator determinante.
Supermoto – Também chamado Supermotard ou SM. É praticado na maioria das vezes em kartódromos ou grandes estacionamentos, podendo ter o circuito apenas de asfalto ou com trechos de terra e rampas no estilo motocross. Não à toa que as mesmas motos do MX são utilizadas na modalidade, recebendo um jogo de rodas e pneus próprios para asfalto e de diâmetro menor.
Rally – A modalidade dos lobos solitários. Longas jornadas em cima da moto, toda bagagem necessária para cumprir um percurso e nenhum apoio. O rally é uma caixinha de surpresas e o percurso pode incluir passagens por todo tipo de piso e terreno. Os pilotos tem em comum apenas o ponto de largada, a partir dali seguem uma planilha com distâncias e pontos de referência em busca do ponto de chegada. Vence aquele que completar os percursos no menor tempo e com menos deduções por perda de checkpoints, lembrando que a prova pode durar dias ou semanas.
Sobre Jorge Negretti: Único piloto brasileiro a de destacar em diversas modalidades dentro do motociclismo: Motocross, Supercross, ArenaCross, Enduro, Supermoto, Freestyle e Rally. São mais de 40 anos dedicados as duas rodas, 20 destes voltados a divulgação e crescimento do FMX. Mais de 21 títulos nacionais e internacionais em competições e condecoração pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Fotos: VGCOM – arquivo pessoal Jorge Negretti
Por: VGCOM