Sete façanhas que revelam a história de grandes personagens da mais recente temporada da categoria
Gabriel Casagrande foi o grande nome de 2021 na Stock Car Pro Series. O jovem paranaense de 26 anos conquistou o título superando a elite do esporte a motor brasileiro, incluindo multicampeões (Cacá Bueno, Ricardo Maurício, Daniel Serra), ícones da Fórmula 1 e Indy (Rubens Barrichello, Felipe Massa, Tony Kanaan, Ricardo Zonta) e os melhores pilotos profissionais do país.
Mas essa é apenas parte de uma história marcada por centenas de momentos emocionantes e radicais que, além de valorizarem a conquista de Casagrande, revelam o esforço e a garra escondidos sob as estatísticas. Separamos a seguir sete índices que, mais do que novos números para integrar o currículo de pilotos já consagrados, são um retrato de algumas das façanhas que fizeram de 2021 uma temporada especial.
Thiago Camilo, por exemplo, foi o piloto que mais liderou corridas – com quase o triplo das voltas do campeão. O “rei das ultrapassagens” foi Denis Navarro. E Ricardo Maurício, que terminou o ano “apenas” na quinta colocação, liderou quatro dos sete quesitos que selecionamos. Há muito mais destaques. Confira alguns a seguir, com dados da Stock Car Racing Systems.
Quem mais liderou
Thiago Camilo liderou 95 voltas ao longo de 2021, o que corresponde a 271% do total comandado pelo campeão Gabriel Casagrande (35). Vencedor de incríveis 7 corridas no ano (29% do total), Ricardo Maurício ponteou 89 voltas, com Rubens Barrichello ficando na quarta posição, com 36. Totalizando 16 voltas na liderança, o vice-campeão Daniel Serra ficou no 11º lugar.
1) Thiago Camilo, 95 voltas
2) Ricardo Maurício, 89
3) Rubens Barrichello, 36
4) Gabriel Casagrande, 35
5) Rafael Suzuki e Felipe Lapenna, 28
Quem mais largou na frente
Foi cravando a pole na Superfinal BRB que Gabriel Casagrande deu o recado de que estava encaminhando o título. Momento premium da atuação de um piloto (quando ele e o carro estão preparados para o desempenho máximo), a conquista do lugar de honra do grid passou também a valer em 2021 o Troféu Pole Position Snapdragon, além de dois pontos extras na tabela.
1) Thiago Camilo, Rubens Barrichello, Ricardo Maurício e Gabriel Casagrande, 2 poles
2) Cacá Bueno, Ricardo Zonta, Rafael Suzuki e Guilherme Salas, 1
Quem mais ultrapassou
A temporada 2021 marcou a estreia do ranking de ultrapassagens da Stock Car e revelou o esforço de quem tem problemas, larga atrás e faz provas de recuperação sensacionais. O campeão da primeira edição foi Denis Navarro, com uma média de 15,16 manobras por corrida. Navarro derrotou Gaetano Di Mauro por apenas uma ultrapassagem na soma de toda a temporada: placar de 364 a 363 sobre o segundo colocado. Confira:
1) Denis Navarro, média de 15,16 manobras *
2) Gaetano Di Mauro, 15,12
3) Guilherme Salas, 13,87
4) Rafael Suzuki, 12,75
5) Pedro Cardoso, 12,58
* Manobras executadas por corrida. Computadas também ultrapassagens nos pit stops
Quem foi mais veloz
Daniel Serra e Ricardo Maurício dominaram o quesito volta mais rápida em corrida, mostrando que a equipe dos dois tricampeões prepara um carro extremamente veloz para as provas. Com quatro melhores voltas cada um, a dupla cravou 40% dos giros mais rápidos de 2021, sendo destaque entre os ganhadores do “Troféu Volta Mais Rápida Motorola”, concedido ao piloto que registra a volta mais perfeita nas etapas.
1) Ricardo Maurício e Daniel Serra, 4 melhores voltas
3) Gabriel Casagrande, 3
4) Thiago Camilo, Allam Khodair, Lucas Foresti e Marcos Gomes, 2
Quem mais venceu
Mesmo zerando em cinco das 24 corridas (duas devido à covid), Ricardo Maurício mostrou um desempenho exuberante em diversos momentos. Foi, por exemplo, o maior vencedor, com mais de três vezes o total do campeão. Thiago Camilo foi outro destaque, com cinco primeiros lugares.
1) Ricardo Maurício, 7
2) Thiago Camilo, 5
3) Gabriel Casagrande, Átila Abreu e Rubens Barrichello, 2
6) Daniel Serra, Lucas Foresti, Ricardo Zonta, Rafael Suzuki, Guilherme Salas e Félix da Costa, 1
Quem foi mais eficiente **
Se não foi campeão, Ricardo Maurício pelo menos assinalou um feito que dificilmente será igualado: conquistou 100% dos pontos colocados em jogo na 6ª etapa, Goiânia (2 pela pole, 30 pela vitória na Corrida 1 e 24 por vencer a Corrida 2). A façanha lhe concedeu o “Troféu Claro 5G Man of the Race”. Rubens Barrichello chegou perto no Velocitta, quando cravou 92%. E Rafael Suzuki brilhou em Curitiba, com 85%.
1) Ricardo Maurício (Goiânia, etapa 6), 56 pontos (100%)
2) Rubens Barrichello (Velocitta, etapa 4), 52 (92%)
3) Rafael Suzuki (Curitiba, etapa 7), 48 (85%)
4) Daniel Serra (Goiânia, etapa 1), Ricardo Zonta (Velocitta, etapa 3) e Guilherme Salas (Velocitta, etapa 10), 46 (82%)
** Soma dos pontos obtidos pelos pilotos nas duas provas de cada etapa
Quem foi o melhor *
Poucas vezes um campeonato com tantas corridas (24) viu um duelo ininterrupto pelo título, da primeira à última prova. Muitos pilotos rondaram a liderança (Thiago Camilo, Ricardo Maurício, Rubens Barrichello, Ricardo Zonta, Bruno Baptista etc). Camilo, inclusive, chegou à final com chances matemáticas. Mas foram Gabriel Casagrande e Daniel Serra quem esteve com a mão na taça do início ao fim. Uma grande temporada, com um inédito grande campeão.
1) Gabriel Casagrande, 378 pontos
2) Daniel Serra, 354
3) Thiago Camilo, 310
4) Ricardo Zonta, 307
5) Ricardo Maurício, 304
* Classificação final da temporada
Foto: Duda Bairros
Por: Rodolpho Siqueira