Fã do esporte, ele enfrentou os dilemas e desafios do “automobilismo real” no Rio Grande do Sul
A quinta etapa da temporada 2023 da Turismo Nacional, disputada no Autódromo Internacional do Velopark, em Nova Santa Rita (RS), pode ter sido mais um entre tantos finais de semana de corrida para a maior parte do grid da categoria dos carros mais vendidos do Brasil. Mas para Velho Vamp, integrante da Tribo do Gaules, foi um dos momentos mais especiais e impactantes da sua vida. Para Victor Taube, nome de batismo do streamer e publicitário, correr no traçado gaúcho de 2.278 metros foi a realização do sonho de criança: ser um piloto oficial de corridas.
Piloto do Chevrolet Onix #99 da equipe G3X, time de propriedade do também streamer Gaules, Velho Vamp encarou uma primeira jornada no automobilismo real extremamente desafiadora. Foram três corridas realizadas, sendo duas no sábado (23 de setembro) e uma no domingo. Um verdadeiro “batizado nas águas” em razão do temporal que desabou na região metropolitana de Porto Alegre em praticamente todo o fim de semana. Sua maior preocupação era correr poucos riscos para entregar o carro intacto ao seu parceiro, Guilherme Sirtoli, que fez as outras três provas da etapa.
Velho Vamp também vivenciou os bastidores da categoria e sentiu de perto a boa recepção dos demais pilotos. Nas sextas-feiras de cada etapa, a Turismo Nacional tem promovido confraternizações com o intuito de reunir todos os competidores, membros das equipes, organização da categoria e também jornalistas presentes ao evento. No Velopark, Victor Taube se sentiu abraçado por todos os seus pares no grid, em sentimento que permaneceu ao longo de toda a jornada.
“Não queria que tivesse corrida…” — Como acontece com todo novato que acaba de concluir a escola de pilotagem e vai pela primeira vez para uma competição oficial, Velho Vamp viveu momentos de dúvidas e algum nervosismo. “Não queria tomar volta, não queria atrapalhar a corrida de ninguém. E confesso a você que, com a chuva daquele fim de semana, não queria que tivesse corrida. Estava muito nervoso e apreensivo. Mas aí escutei o seguinte: ‘Velho, não adianta fugir. Uma hora você vai ter de correr. Vai na sua, faz seu ritmo e não se preocupa com nada, só em fazer o seu’”, revelou.
“No fim das contas, o sentimento é de muita felicidade. É um sonho para mim: sair do simulador e hoje estar com uma galera que me recepcionou tão bem. Não acreditava que seria do jeito que foi. Não consigo explicar. Por um momento, cheguei a pensar que o pessoal estaria mais de cara fechada para mim, mas não foi o que aconteceu. Me senti muito bem acolhido aqui dentro desde o começo. Faço transmissões há três anos, e agora estamos conseguindo entregar números legais, a galera está curtindo. E os pilotos entenderam que isso aqui é para eles, vamos trazendo os personagens daqui para o público. Quanto mais gente segue, mais gente aparece para mostrar seu trabalho. Então é necessário demais ter esse reconhecimento e visibilidade. A Turismo Nacional merece porque é uma das categorias mais importantes do Brasil”, destacou Velho Vamp.
“A atmosfera do negócio aqui, todo o conjunto, vai muito além das corridas, sabe? O pessoal da Turismo Nacional é muito unido. Teve o Chicão [locutor] cantando, teve a resenha dos pilotos, a confraternização na sexta-feira… O fim de semana como um todo foi de emoção total. Fiz minhas três corridas como piloto num autódromo muito difícil, numa pista bem manhosa, e com gente lá na frente disputando o título, metendo o pé no acelerador”, disse o streamer.
“Cheguei e os olhos lacrimejaram…” — “Foi muito difícil por conta da chuva. Em uma estrada, quando estamos a 80 km/h e o carro dá uma aquaplanada, a tendência já é ficar em choque. Imagina então fazendo uma corrida de verdade e com um carro de tração dianteira? Tinha certeza que não conseguiria terminar a corrida. No fim, deu certo, cheguei, os olhos começaram a lacrimejar… Foi só ir até o fim, e os primeiros objetivos foram cumpridos”, relatou.
Em condições tão extremas, Velho Vamp tomou todo o cuidado para não rodar e evitar qualquer batida com o carro. O streamer e agora piloto teve até de lidar com um problema no limpador de para-brisa. No fim das contas, Victor Taube completou as três corridas (em 19º, 16º e 19º) e ainda pontuou na Turismo Nacional: foram 42 tentos na categoria A e nove na classificação geral, que abrange todos os pilotos que disputam o campeonato.
Velho Vamp já projeta a próxima etapa, entre 1º e 3 de dezembro no desafiador Autódromo Internacional Zilmar Beux, em Cascavel. “Espero que não tenha chuva, e acredito que lá vou conseguir mostrar um pouco de evolução. Terei muitos dias até lá, e nesse período vou andar muito no simulador. Queria ter essa experiência, até mesmo para fazer as transmissões, depois de ter andado pra valer no carro aqui na pista”.
“A evolução é pouco a pouco: aqui, praticamente andei sozinho. Lá em Cascavel quero perder de três a quatro segundos para o pelotão, desde que não tome volta, e que consiga brigar e fazer algumas ultrapassagens. Nesse fim de semana só passei quem rodou, então, de fato, ainda não rolou. É passo a passo. E ainda pontuei em um campeonato nacional [risos]! É seguir assim, pontuando e terminando as corridas. Vamos melhorando e aí traçando outros objetivos”, finalizou o streamer e também piloto Velho Vamp.
Foto: Duda Bairros/Vicar
Por: Rodolpho Siqueira / Fernando Silva / Bruno Vicaria