Temperatura de bateria impede Di Grassi de lutar pela vitória em Moscou

Antepenúltima corrida da temporada da Fórmula E foi disputada neste sábado e o piloto da Audi Sport ABT tirou boa diferença para o líder, mas um problema técnico o impediu de ir além. Assim, o brasileiro terminou em segundo lugar e subiu uma posição no campeonato

O risco de não marcar nenhum ponto mais uma vez assombrou Lucas di Grassi, desta vez durante o e-Prix de Moscou, antepenúltima corrida da temporada da Fórmula E.

A temperatura excessivamente alta da bateria de seu carro nas quatro voltas finais impediu que o brasileiro partisse para um ataque ao líder na busca pela vitória, e teve de se conformar com o segundo lugar.
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O piloto da Audi Sport ABT se classificou em terceiro para a largada e passou a primeira metade da corrida pressionando o Andretti do francês Jean-Eric Vergne. Com raros pontos de ultrapassagem no circuito de 13 curvas montado na Praça Vermelha, a estratégia de Lucas passou ser a de contar com uma parada eficiente para sair à frente. E foi o que aconteceu.

“Moscou é um lugar fantástico para correr, mas a única coisa que este traçado precisa é de um bom ponto de ultrapassagem”, apontou. “No momento ela está um pouco como Mônaco, onde é difícil de passar mesmo se você está alguns décimos mais rápido que o carro da frente. Talvez uma chicane mais longa ou um hairpin diferente resolvam”, sugeriu. “Tanto nesta corrida como na passada as provas foram vencidas na pista pelo piloto que largou em segundo, e fazendo a ultrapassagem no pole-position logo nos momentos iniciais”, comparou.

Quando as posições na pista se restabeleceram após a rodada de pit stops, Lucas tinha uma desvantagem de seis segundos para o líder e passou a imprimir um ritmo forte tirando a diferença, que chegou a 1,6 segundo. Nas voltas finais, no entanto, a temperatura da bateria de seu carro o impediu de tentar o ataque – ao ponto de o brasileiro sequer ter usado o FanBoost, artifício que entrega cerca de 50 cavalos extras de potência por cinco segundos, e que é concedido aos três pilotos mais votados no site da categoria.

“Ganhei quase cinco segundos em cima do líder, nossa estratégia funcionou muito bem e eu tinha uma volta extra em termos de energia disponível, mas daí a bateria começou a esquentar demais, o que é estranho porque eu nem estava forçando tanto – e no final não pude atacar”, estranhou. “A temperatura da bateria começou a ficar muito alta no final. Eu tinha bastante energia, mas este carro tem algum problema no gerenciamento da temperatura, e não se pode fazer nada quando ela sobe demais. Era o que eu tinha em mãos; a diferença era de um segundo e eu tinha mais energia do que o Nelson nas últimas três voltas, mas eu não pude usar o FanBoost porque a temperatura iria subir mais ainda e aí haveria risco em colocar tudo a perder. Mas eu adoraria poder ter atacado”, explicou Di Grassi.

De qualquer forma, o segundo lugar traz um quê de alívio para o brasileiro, que venceu a etapa anterior em Berlim e foi desclassificado posteriormente em razão de um reparo na asa dianteira que sequer trouxe ganhos em performance.

“Para quem estava em dúvida se tivemos alguma vantagem em Berlim, isso mostra que tivemos um carro rápido aqui também e que a punição foi pesada demais para um item que sequer dava vantagem em desempenho. O final de semana em Londres vai ser bem interessante. Um erro pode custar 15, 20 ou até 25 pontos. O clima é bem imprevisível, então este também é um fator. Para mim, o campeonato ainda está em aberto. Temos de dar o máximo”, concluiu.

A finalíssima da temporada inaugural da Fórmula E acontece nos dias 27 e 28 deste mês em um circuito montado no Battersea Park, em Londres, em sistema de rodada dupla. Com 60 pontos em jogo, Lucas di Grassi aparece em terceiro na tabela a 17 do líder e a cinco do vice-líder da competição. “Ainda são muitos pontos em jogo e não vamos desistir nem por um momento. A disputa pelo título só termina depois da bandeirada da última corrida, e até lá vamos dar tudo de nós”, falou.

Já nesta semana, no entanto, o foco de Lucas torna-se totalmente à disputa das 24 Horas de Le Mans, prova que começa no dia 13 e termina no dia 14. Lucas corre pela Audi Sport dividindo o Audi R18 e-tron quattro com o francês Loïc Duval e o britânico Oliver Jarvis na categoria LMP1 do Mundial de Endurance. Será a terceira participação do brasileiro na tradicional prova, na qual ele já conquistou dois pódios (um terceiro e um segundo lugar).

Resultado do e-Prix de Moscou (top-10):
1-) Nelson Piquet Jr (BRA) – China Racing – 35 voltas em 43min18s867
2-) Lucas di Grassi (BRA) – Audi Sport ABT – a 2s012
3-) Nick Heidfeld (ALE) – Venturi – a 11s548
4-) Jean-Eric Vergne (FRA) – Andretti – a 12s416
5-) Daniel Abt (ALE) – Audi Sport ABT – a 25s626
6-) Salvador Duran (MEX) – Amlin Aguri – a 28s960
7-) Antonio Félix da Costa (POR) – Amlin Aguri – a 30s529
😎 Nicolas Prost (FRA) – e.dams-Renault – a 31s556
9-) Sébastien Buemi (SUI) – e.dams-Renault – a 11s050*
10-) Justin Wilson (GBR) – Andretti – a 46s320
*Punido com a adição de 29 segundos em seu tempo de prova por liberação insegura do pit stop

Classificação do Campeonato (top-5):
1-) Nelson Piquet Jr – 128 pontos
2-) Lucas di Grassi – 111
3-) Sébastien Buemi – 105
4-) Nicolas Prost – 82
5-) Jerôme D’Ambrosio – 77

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