WEC: Negrão se surpreende com trabalho de novos parceiros em teste em Portugal

Com foco em readaptação à LMP2, atual vice-campeão do Mundial de Endurance se prepara para o prólogo e a primeira corrida nos Estados Unidos

A temporada 2023 do Mundial de Endurance tem sua primeira etapa marcada para o dia 17 de março, as 1000 Milhas de Sebring, e agora o brasileiro André Negrão viverá nas próximas semanas a expectativa do evento depois de ter finalizado o último teste com a equipe Alpine antes das atividades oficiais da aberturado campeonato.

O treino, realizado, de 1 a 3 de fevereiro, na pista portuguesa de Portimão, foi de grande valia para André e para o time, tanto para experimentar os pneus Goodyear no já conhecido carro Oreca 07, quanto para fazer seus novos trios de pilotos ganharem entrosamento. Em 2023, os carros 35 e 36 da Alpine terão quatro novos pilotos e dois remanescentes do projeto da equipe na Hypercar em 2022.

Os pilotos que ficam são André Negrão e o francês Matthieu Vaxiviere, um no carro 35 e outro no 36, respectivamente. André terá como companheiros o britânico Olli Caldwell e o mexicano Memo Rojas no 35. Vaxiviere correrá ao lado de seus compatriotas Julien Canal e Charles Milesi no 36.

Apesar do pouco tempo de testes, Negrão avaliou que o trabalho desenvolvido no treino foi bastante positivo. “No geral nosso treino foi ótimo. Foi uma readaptação à guiada do LMP2, com esses pneus novos sem a carga aerodinâmica a que eu estava acostumado”, iniciou o brasileiro, que enalteceu seus novos parceiros.

“Meus novos companheiros são muito bons, muito profissionais e o trabalho deles me surpreendeu – tanto do Olli quanto do Memo. O Memo tem muita experiência com Endurance, e o Olli estará em uma fase de aprendizado até o meio do ano, mas acho que até Monza – ou mesmo antes – ele estará bem adaptado ao time e andando bem com o carro. Fez um teste fantástico agora.”

Pneus congelados – Falando do conjunto técnico, Negrão chamou a atenção para um grande desafio para a temporada de 2023: a ausência dos cobertores térmicos. Isso, somado à borracha menos aderente dos novos pneus desenvolvidos pela Goodyear, será um complicador para a temporada, diz o brasileiro, que vinha correndo com pneus Michelin.

“Esses novos pneus têm muito menos aderência, por isso eu tomei algumas precauções no início – ainda mais que agora para esse ano não se pode mais esquentá-los com mantas térmicas, assim eles saem frios para a pista”, disse o piloto.

“Então, saía para a pista, agora no inverno, com eles congelados. Por isso, foi também um aprendizado de como esquentar esses pneus da melhor forma possível sem detonar”, detalhou.

De resto, Negrão – já campeão da LMP2 na temporada 2018-19 e vencedor duas vezes das 24 Horas de Le Mans na categoria – se disse bem adaptado ao pacote técnico do campeonato, que, segundo ele, ainda regrediu neste tempo em termos de desempenho.

“O motor também é menos potente. Mas o teste foi mais importante pelo pneu do que pelo carro – já que eu já tinha guiado o LMP2 de 2017 a 2020 e ele não mudou. Na verdade, podemos dizer que ele até deu uma piorada, tanto em aerodinâmica quanto em motor em comparação ao modelo com que eu andava”, ele comentou.

O próximo compromisso de André Negrão no WEC é o prólogo, que será realizado em Sebring nos dias 11 e 12 de março, uma semana antes da primeira etapa do campeonato.

MUNDIAL DE ENDURANCE: TEMPORADA 2023
Data / Pista / País / Duração
17/03 – Sebring – EUA – 1000 milhas
16/04 – Portimão – Portugal – 6 horas
29/04 – Spa-Francorchamps – Bélgica – 6 horas
11/06 – Le Mans – França – 24 horas
09/07 – Monza – Itália – 6 horas
10/09 – Fuji – Japão – 6 horas
04/11 – Sakhir – Bahrein – 8 horas

EQUIPE ALPINE RENAULT ELF TEAM

PILOTOS
André Negrão, 30 anos, Brasil
Olli Caldwell, 20 anos, Inglaterra
Memo Rojas, 41 anos, México

CARRO: ALPINE A470
Chassi: Oreca 07 (França), fibra de carbono
Motor: Gibson GK-428 (Inglaterra), 4,2 litros, V8 naturalmente aspirado, gasolina, 603cv
Eletrônica: Cosworth (Inglaterra)
Câmbio: Xtrac Transmission (Inglaterra), 6 velocidades
Tanque: 75 litros, padrão FIA FT3

 

Foto: Frédéric Le Floch/DPPI
Por: Rodolpho Siqueira / Gabriel Lima / Estela Craveiro

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